Seguidores

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Prática da humildade


A prática da Humildade parte I

"A dificuldade da humildade"
Há pessoas soberbas que conseguem dar uma aparência de humildade, o que não tem valor nenhum diante de Deus. Há pessoas verdadeiramente humildes, mais interessadas na humildade interior, que eventualmente podem dar a impressão de que não são humildes. Certamente é o caso do salmista quando diz: "Compreendo mais do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos. Sou mais entendido que os idosos, porque guardo os teus preceitos". (SL119.99-100). Na verdade. o que o autor faz ai é uma Apologia das Escrituras Sagradas, e não de si mesmo. Este é o tema  de todo o salmo 119. É preciso tomar muito  cuidado com a falsa humildade. A perfeita humildade de Jesus nunca foi sequer arranhada por frases como estas. "Eu sou o pão vivo que desceu do céu" (Jo.6,51) "Eu sou a luz do mundo" (Jo 10.30). "Eu quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo" (Jo12,32) "Eu sou o caminho a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai a não ser por mim" (Jo 14.6). São Bernardo tem, pois, toda razão quando define a virtude da humildade como "o mais perfeito conhecimento de nós mesmos". Por sua natureza a humildade tem de se alojar primeiro no íntimo para só depois se exteriorizar.

Muitos nomes e muitos rostos
A soberba te muitos nomes,  - altivez, arrogância, exibicionismo, jactância, ostentação, orgulho, pedantismo, pernosticidade, presunção, vaidade, vanglória. E muitos rostos - existe o orgulho do berço nobre, o orgulho do sobrenome famoso, o orgulho da beleza corporal, o orgulho social, o orgulho cultural, o orgulho nacional, o orgulho religioso, o orgulho carismático, o orgulho do exatamente correto, o orgulho pentecostal e até o orgulho da humildade e o orgulho "gay".
A vaidade é um dos ingredientes mais indesejados e poderosos de pecaminosidade latente. O ser humano nasce e cresce com essa propensão e há de lidar com ela a vida inteira, pois a cultura secular estimula e favorece a soberba do berço ao túmulo - no lar, na escola, na igreja e na sociedade.

O que a humildade não é
1-Não é uma questão de aparência. A soberba mais grave é aquela que se esconde por trás de uma falsa humildade. A humildade é uma virtude para Deus ver e não para os homens verem.
2- Não é negação pura e simples de dons, capacitação e virtudes pessoais, mas o sentimento constante de necessidade de Deus para se ter uma vida espiritual saudável, de vitória sobre o pecado e as provações, e cheia de frutos verdadeiros.
3- Não é a mera rejeição de palmas, prêmios e coroas, mas a transferência destas para quem de direito (Ap.4.9-11) ou a prática verdadeira do "Soli Deo glória" (glória somente á Deus)
4-Não é auto desclassificação, a renúncia da inteligência, soberania, experiência, força de vontade, trabalho árduo, mas a associação dessas coisas com os recursos que promanam de Deus.
5- Não é inatividade, o cruzar dos braços, mas a atividade comandada e alimentada pela sabedoria e providência de Deus.

A soberba é coisa séria
Mesmo na vida secular é tratada como algo perigoso. Diz-se com frequência que a soberba tem sido um dos motivos de derrotas surpreendentes no mundo esportivo. "Os eufóricos jogadores deixam a chuteira à beira do gramado e entram no campo de salto alto", comenta a torcida para zombar da autossuficiência dos atletas. Para contornar a soberba e manter o necessário equilíbrio, Vitor Hugo, depois de ouvir os elogios dos amigos, lia os jornais que o enxovalhavam. E, para evitar o pecado do orgulho, de não terem transgredido, os monges de Cluny, na França do séc. 11, eram obrigados a se curvar diante dos que tinham transgredido.
A Bíblia trata com muita seriedade o pecado da soberba.

1-O salmo de Davi
Senão tivesse convicção pessoal do perigo da soberba, Davi não teria feito essa súplica: "Também do orgulho salva teu servo para que não me domine, então serei irrepreensível, e imune do grande pecado” (SL 19.13, CNBB).

2- O provérbio de Salomão
Uma das frases mais sucintas e mais sábias sobre o orgulho é da lavra de Salomão. "A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda"(pv.16.18) A Bíblia prefere parafrasear assim: "A desgraça está um passo depois do orgulho; logo depois da vaidade vem a queda". Por isso se vê que o caminho mais curto para o escândalo é a soberba.

3- A citação de Pedro
Tanto Tiago como Pedro trouxeram para o Novo Testamento outro provérbio de Salomão (Pv 3.34) sobre a soberba. "No trato de uns com os outros, cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça". O nosso comportamento nessa área determina a ação de Deus.

4- O Cântico de Maria
Por ter sido escolhida para ser a mãe de Jesus, Maria ficou impressionadíssima com o trato que Deus dispensa aos soberbos, de um lado, e os humildes, do outro. O Poderoso dispersou os que no coração alimentavam pensamentos soberbos, derrubou de seus tronos os poderosos e despediu vazios os ricos. Todavia exaltou os humildes, encheu de bens os famintos e amparou a Israel (Lc 1.46-55) E as gerações futuras diriam que ela era uma mulher bem aventurada (Lc.1.48), mas Maria se dizia "serva do Senhor"  (Lc 1.38,48).


A prática da Humildade parte II

 A soberba é um problema tão sério que exige uma série de medidas de caráter radical para acabar com a doença. Veja esses dois exemplos: 
1- O Caso do Egito
-Foram necessários quarenta anos de desolação, e dispersão para curar a soberba do Egito e tornar o país "o mais humilde dos reinos". A vaidade de Faraó dessa época era tanta que ele dizia a respeito do rio Nilo: "o meu rio é meu, e eu o fiz para mim mesmo" (Ez.29.1-16).
2-- O caso de Nabucodonosor
A soberba do rei da Babilônia foi semelhante à do rei do Egito. Mesmo prevenido em sonhos por Deus com um ano de antecedência e exortado por Daniel a pôr termo em seus pecados pela prática da justiça, Nabucodonosor não se humilhou diante do Senhor: "Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder e para a gloria da minha majestade?" (Dn 4.30). Logo depois de haver proferido tais palavras cheias de arrogância, cumpriu-se a profecia do Senhor e a àrvore cuja altura subia até o céu, foi de súbito derrubada: Nabucodonosor teve um distúrbio mental que o levou a passar algum tempo na companhia de animais do campo, como se fosse um deles, até aprender  que o "Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer" (Dn 4.32) e "pode humilhar aos que andam na soberba" (Dn 4.37)

PREVENÇÃO DA SOBERBA
 Outro expediente que mostra a seriedade e o malefício da soberba foi o cuidado de Deus em colocar em Paulo o estranho, mas o eficaz espinho na carne, que no entendimento do apóstolo era "mensageiro de satanás", para me esbofetear a fim de que não me exalte (2Co 12.7) . (A paráfrase da Bíblia Viva diz: "Deus ficou receoso de que eu me inchasse".).
Todos os homens são propensos à vaidade, sobretudo depois do sucesso, depois de certos privilégios, depois dos elogios. Paulo não era exceção à regra. Ele havia sido arrebatado ao terceiro céu e ouvido palavras inefáveis. O Espinho na carne, embora incômodo e humilhante, tinha o propósito de reduzir o risco de Paulo começar a chamar a atenção dos outros para si mesmo e para aquela experiência extraordinária. Por três vezes o apóstolo orou ao Senhor para que o retirasse e por três vezes Deus não satisfez o seu desejo e lhe disse: "O poder se aperfeiçoa na fraqueza" (2Co12.10,BV) . Graças a essa medida preventiva, Paulo nunca foi encostado, nunca deixou de produzir frutos, nunca cometeu escândalo. "O primeiro passo rumo à humildade", lembra C.S. Lewis, "é o reconhecimento do nosso orgulho". Os espinhos na carne que Deus distribui por ai ajudam os homens a recusar sem conta o pedestal que a cultura mundana associada à vontade de aparecer quer construir para eles.

SUCESSO COM HUMILDADE
O Sucesso faz parte dos planos de Deus para o homem. Sucesso na vida devocional, sucesso no casamento, na criação e educação dos filhos, nas relações humanas, no exercício da profissão e no desempenho dos dons do Espírito. Desse sucesso global, depende, sob a perspectiva humana, a velocidade da implantação e da plenitude do reino de Deus na terra. Uma vez satisfeitas todas as exigências de Deus, o sucesso está garantido. "Tão somente sê forte e mui corajoso para teres o cuidado de fazer segundo toda a Lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita e nem para a esquerda, para que sejas bem sucedido por onde quer que andares". (Js1.7). Na verdade, o sucesso é inevitável para quem está plantado junto às águas: "Tudo quanto ele faz será bem sucedido" (SL 1.3). Essa promessa não está apenas no Antigo Testamento. Jesus chegou a dizer que o sucesso de seus discípulos é uma das expressões de louvor a Deus: "Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto" (Jo 15.8). Todavia há alguns fatores que devem ser cuidadosamente lembrados:

1- O papel da videira
O sucesso está condicionado ao relacionamento pessoal e permanente com  Jesus: "Eu sou a videira e vós os ramos. Quem permanece em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer" (Jo15.5). Paulo também fala sobre isso: "Graças, porém, a Deus, que em Cristo, sempre nos conduz em triunfo, e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento" (2Co 2.14). Assim como a locomotiva movida a eletricidade não corre senão estiver continuamente se encostando num fio de alta tensão, o crente não anda e nada produz, senão estiver ligado  à fonte de todo poder, que é Deus. Esta é a experiência de Paulo: "Tudo posso naquele que me fortalece" (Fp 4.13).

2- O papel da humildade
Porque impede o desenvolvimento da autossuficiência e leva o crente a buscar constantemente a direção, o auxílio e a benção de Deus, a verdadeira humildade redunda numa vida bem sucedida. Daí o raciocínio de Paulo: "Quando sou fraco, então é que sou forte". (2Co 12,10). A explicação que a Bíblia dá para o fenomenal sucesso de José em qualquer lugar (na casa de Potifar, no cárcere e no trono do Egito) e em qualquer circunstância (amado, invejado, caluniado e honrado) é sempre a mesma: "O Senhor era com José" (* Gn 30. 2,3,21,23). A expressão é aplicada também ao sucesso de Davi (1Sm.18.12,14,28; 2Sm 5.10;7.3;8.14).

3- O papel da vigilância
Se a humildade não for prudentemente mantida, com certeza o sucesso fomentará a soberba e esta, por sua vez, a ruína. Assim, uma história de sucesso vai inexoravelmente por água abaixo. É nesse caso que o sucesso leva ao fracasso. Daí o cuidado de algumas pessoas em proclamar não as suas virtudes, mas as grandezas do Senhor. "Para muitos, sou como um portento, mas tú és o meu forte refúgio" (Sl 71,7); "Se não fora o auxílio do Senhor, que esteve ao nosso lado, [....] as águas nos teriam submergido". (Sl1 24.1-5) "A nossa suficiência vem de Deus" (2 Co. 3.5). Como prevenção contra a soberba, o povo de Israel deveria ter sempre em memória os benefícios do Senhor. "Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me adquiriram as riquezas" (Dt. 8.17).

HUMILDADE SEM MEDO
Muitos têm medo da humildade. Acreditam que ela não leva a nada., não produz resultado algum, é perda de tempo, é nadar contra a correnteza, é expor-se  à exploração alheia. O medo decorre da lei do mais forte, que prevalece desde a queda do homem e cada vez mais se amplia. A cultura mundana valoriza a soberba, e não a humildade. Dá mais valor à roupa, ao nome, aos títulos, aos diplomas, aos anéis, ao dinheiro, ao status social, à pose, ao poder, e não reconhece o valor da piedade, da religiosidade, da santidade de vida, e da modéstia cristã. Daí o medo de ser esmagado pela multidão ao tentar sair dela e ser diferente. Embora até certo ponto razoável, o medo da humildade desaparece quando o crente se conscientiza de que ela é de fato  a chave do verdadeiro sucesso, e de que, na difícil prática da humildade, ele pode contar com a proteção da poderosa mão de Deus: "Sejam humildes debaixo da poderosa mão de Deus para que ele os honre no tempo certo" (1Pe 5.6). Entre ser honrado aqui e agora pelos homens e ser honrado por Deus, a diferença é enorme. A humildade também tem galardão, tanto nesta vida, como na que há de ser. É melhor ficar livre de qualquer medo!
O modelo de Jesus deve ser seguido, Mesmo "subsistindo em forma de Deus", o Senhor se esvaziou, assumindo a forma humana, tomou a posição do servo e foi obediente até à morte e morte de cruz. Então, importa que haja em nós "o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus" (Fp 2.5-8).



Extraído do site: Jesus, a estrela da manhã.

Um comentário:

  1. Olá, amiguinho!`
    Texto comprido,não!
    Mesmo assim, li salteando.Verifiquei que é muito interessante, com mais tempo vou relê-lo e voltarei a comentar.
    Quanto há humildade: É um dom que poucos tem.
    Pessoas felizes e bem sucedidas, são humilde!sA Humildade é capaz de mover montanhas.

    Beijos,
    Bem Disposta

    ResponderExcluir