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quarta-feira, 2 de março de 2011

Se tudo é interpretação, então o homem está destinado a multiplicidade?


Pergunta feita por Najinha no site Yahoo!Respostas.

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Resposta dada por Bill à pergunta de Najinha:




Oi, Najinha!

Imagine as seguintes cenas:

1. Você e seu namoradinho estão assistindo a um filme no cinema, suponhamos que você use óculos, mas os esqueceu em casa. É um filme legendado de Kung-Fu feito em Hong Kong, ou seja, caso saiba inglês, nada dá para entender, pois as falas estão em chinês. Por isso, você tem dificuldade para ler as legendas, alguma coisa consegue pegar, outras não. Mas você não fala para seu namorado sobre essa dificuldade.

Muito bem, obviamente, cada um interpretou o filme de um jeito. Mas é possível dizer que um compreendeu melhor a proposta do filme do que o outro?

Existe aí uma multiplicidade de opiniões ou um erro e um acerto?

2. Você e seu namorado estão assistindo o filme, mas aí, ainda no começo do filme, você resolve falar pra ele sobre sua dificuldade. Então, ele se propõe a narrar o filme pra você. Mas ele resolve pregar uma peça em você, ou seja, ao invés de contar o que acontece no filme, ele inventa outra história.

Nesse caso, você estava sem condições para formular uma interpretação própria, então se valeu da interpretação de outro, uma interpretação totalmente falsa.

Najinha, em ambos os casos, o filme é o mesmo. Essa "verdade" (o filme) estava longe de você, mas na primeira historinha, você não conseguiu enxergá-la, mas seu namorado continha essa verdade, entretanto você preferiu ficar com a sua própria interpretação, assim, essa verdade ficou fora de seu alcance.

Na segunda historinha, você foi mais humilde, mas mesmo assim, a verdade não lhe estava acessível, pois quem a detinha (seu namorado) escondeu de você. Sua interpretação da história foi construída em cima de uma mentira.

Tá entendendo?

Há sempre uma verdade, nem sempre essa verdade está ao nosso alcance, mas ela existe mesmo assim.

Se cada um tivesse sua própria verdade e essa verdade fosse plena, então viveríamos completamente isolados, pois cada um viveria em um mundo diferente do outro (como autistas). Entretanto compartilhamos a mesma realidade, mas ela é independente de nós, ela não existe por nossa causa, por isso, nós não a controlamos e não podemos entendê-la plenamente, pois é maior que todos nós.

Assim, podemos ter opinião sobre tudo, mas com a maturidade, sabedoria e conhecimento adquiridos durante a vida, nossas opiniões mudam, sempre mudam. Pois a cada dia compreendemos um pouquinho mais a nossa realidade.

Assim, a multiplicidade não é, necessariamente, algo bom, pois quando uma grande quantidade de opiniões é muito divergente a respeito do mesmo assunto, isso significa, na verdade, que tem muita gente perdida e sem entender o que acontece ao seu redor, de fato.

São todos míopes sem óculos no cinema, cada um entende de um jeito, mas nenhum acerta.

Mas sempre tem alguém que não é míope (acredite, sempre tem).

Esse alguém pode ser você sabia?

Quando você se livra de influências diversas (sai do casulo), e formula opiniões sobre sua realidade a partir de seu próprio estudo e profunda reflexão, aí, você encontra outra pessoa que não teve as mesmas influências que você, teve uma história de vida totalmente diferente, mas chegou às conclusões muito semelhantes ás suas.

Isso é um forte indício de que ambos acertaram algo, ambos vislumbraram algo verdadeiramente real, algo verdadeiro.

É isso.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O que você acha de ser produzido um filme à respeito da vida de uma mulher da vida?

Bruna Surfistinha


O filme da chamada "Bruna Surfistinha", retrata a vida da própria, contando a "realidade" de pu7eiros/zonas/esquinas/beiras de estradas/ e afins.
Tudo com muito "glamour", e exposição.
Você acha apropriado que o cinema nacional produza a vida de uma pessoa (que normalmente não deveria servir de bom-exemplo à sociedade)?
Você não acha que teríamos mulheres e exemplos de vida mais valiosos à explorar, de pessoas que realmente batalharam, serviram de exemplo, pessoas talentosas, comprometidas... (Zilda Arns, Tarsila do Amaral, Fernanda Montenegro, e quem sabe até mesmo da trajetória da Dilma Roussef)?
Este filme - e todo o vuco-vuco que a mídia está fazendo à respeito, só demonstra as preferências e cultura do brasileiro?



Filme Bruna Surfistinha




Pergunta feita por Fulana no site Yahoo!Respostas:

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Resposta dada pela Najinha à pergunta da Fulana:



Najinha respondeu:


Filme do Cazuza
Eu acho inapropriado, como achei inapropriado o filme do Cazuza (apesar de ser fã dele).


A gente sai do filme dele achando que respeitar pai e mãe é caretice. Que legal é viver sem medidas, sem limites. Como ele fez aquela mãe dele sofrer!!!! Bom é que mãe releva tudo. O amou incondicionalmente mesmo. Mas eu mudei a minha visão em relação a ele depois do filme. Hoje admiro o artista, o poeta, o ser humano Cazuza, não.


O mesmo acontece com a Surfistinha. Parece que legal é a vida dela!!!!! Com todo o glamour que viveu/vive.


E isso fica incutido em nossa cabeça (pior se for de uma cabeça jovem) e você começa a questionar que sua vida é que tá errada...que a outra que foi legal...que é "boa".


A verdade é que o cinema brasileiro, salvo raras exceções, faz propaganda de imoralidade mesmo...isso que dá audiência. Um filme com Zilda Arns no Brasil teria ibope? Dúvidas!!!!!!


Não que eu esteja renegando o Cazuza ou a Bruna, cada um sabe como ser feliz e como caminha para isso. Mas daí a mídia pegar como padrão, a meu ver é uma deslealdade principalmente com uma juventude que não aprendeu a dialogar com os pais...que tem como exemplo tv/net/cinema.


A verdade é que o cinema nacional tá uma porcaria. Aí virão alguns me citar que Tropa de Elite é tão bom!!!!! Aí você pega quem foi o patrocionador do 1 e do 2 e presta atenção em quem são "os heróis" em cada um. Para falar a verdade me dá até preguiça!!!!!!


A nossa realidade é como a dos passarinhos: a mamãe passarinho (mídia) vai lá e come, depois vem e vomita quentinho na nossa boca...e a gente ainda diz: que bom!!!!!!