Aula 1
- Introdução
A
Palavra de Deus diz...
Mateus 5:13,14: “Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido,
com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar
fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se
pode esconder uma cidade edificada sobre um monte”.
Como ser luz do Mundo sem saber o que o mundo é?
Como o pecado age no mundo?
Como o diabo age no mundo?
Como o mundo reage em relação ao pecado e ao diabo?
O que devemos fazer?
Como ser luz do Mundo e sal da Terra nesse contexto?
* O
objetivo dessas quatro aulas é estudar esse contexto (uma pequena
parte dele, na verdade).
A
Palavra de Deus também diz...
Jeremias 8:11: “Eles tratam da ferida do meu povo como se ela não
fosse grave. "Paz, paz", dizem, quando não há paz
alguma”.
Há paz no mundo?
Se há, então por que são quase 100 mil assassinatos por ano em
nosso país?
Por que os pais não tem mais autoridades sobre seus filhos?
Por que o casamento está acabando?
Por que o amor de amigo é tão celebrado (uma forma impessoal de
amor), mas o amor dos pais pelos filhos não é? O amor de um marido
por sua esposa (e vice-versa) também não é? Por que o amor a Deus
é substituído por autoridade sobre Deus, como em Alladim e o gênio?
Alguém ainda se lembra o que é amor ágape?
Não existe mais amor?
Existe paz sem amor?
Existe paz em nossos dias?
* Nesta
primeira aula vamos ver alguns conceitos antes de entrarmos
diretamente no assunto do título, no caso Teoria Crítica, e também
um pouco dessa questão sobre guerra cultural. (caso algum
apressadinho queira adiantar alguma coisa, neste link tem uma
explicação básica do que é a Teoria Crítica).
1º
Parte – O Homem, a ética e a moralidade
1. Qual a diferença entre ética e moralidade?
a) Moralidade é o conjunto de valores subjetivos (ou princípios).
No caso, refere-se à noção pessoal que cada um tem de certo e
errado e de bem e mal.
b) Ética é o conjunto de valores objetivos (ou sistema de regras),
que são expressos pela sociedade, como por exemplo as leis.
2. Qual é a decrição do caráter humano que a Bíblia faz?
Romanos 3:10-18: “10 Como está escrito: Não há um justo, nem
um sequer. 11 Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que
busque a Deus. 12 Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram
inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. 13 A sua
garganta é um sepulcro aberto; Com as suas línguas tratam
enganosamente; Peçonha de áspides está debaixo de seus lábios; 14
Cuja boca está cheia de maldição e amargura. 15 Os seus pés são
ligeiros para derramar sangue. 16 Em seus caminhos há destruição e
miséria; 17 E não conheceram o caminho da paz. 18 Não há temor de
Deus diante de seus olhos”.
3. Uma fera enjaulada.
A moralidade ou ética não são inatas no ser humano, não nascemos
bons. Por exemplo, uma criança não precisa aprender a bater em seu
amiguinho, ela precisa aprender a não bater. Aprendemos com a
família, principalmente, o básico sobre civilidade. Interiormente,
só há a necessidade de sobrevivência, instinto, que leva
inevitavelmente ao mais puro egoísmo. É inegável o fato de que
temos uma fera presa dentro de nós querendo sair, mas como há leis,
regras sociais e mandamentos bíblicos, que nos faz temer a cadeia ou
o inferno, então nos seguramos.
O texto abaixo, extraído do Forum de Religião & Espiritualidade
do Yahoo Respostas, postado originalmente em 2012, descreve de
maneira bem clara essa questão.
“(...) na ausência de Deus, da Fé, da Moral, da Ética, da
Lei, da Polícia, da punição, do MEDO, do Estado..., todos nós
cometemos estupros, assassinatos, roubos…
(…) antes de ser uma pessoa racional, existe dentro de nós um
ser “primitivo”, “instintivo” e “amoral” e faríamos bem
em nos manter bem longe dele, mas ele está DENTRO de nós.
(..) Polícia, Superego, Moral, Ética, Cidadania, e seja lá o
que mais desejar acrescentar. Tudo é necessário e impõe FREIOS a
uma força animal que existe dentro de nós, é esse complexo sistema
de freios que faz com que sejamos bons (...)
(...) O ser humano é uma máquina natural instintiva que tudo
quer, ela está submetida diariamente a privações da nossa conduta
humana que teme causas e efeitos” (...).
O link de onde esse texto foi extraído é este aqui (está marcado
como melhor resposta):
4. Por que a moralidade é necessária?
Essa fera em nós também atende pelo nome de pecado e é através de
nosso pecado, que o diabo tem ação no mundo, pois ele não tem permissão para agir diretamente no mundo, ou seja, ele não pode
matar alguém usando sua própria força, ele precisa influenciar
(manipular) uma pessoa para que ela faça isso por ele. Logo, a destruição do mundo ocorre através de uma parceria entre o diabo e
nós.
Agostinho de Hipona nos dá uma boa ideia a respeito da necessidade
de moralidade. Não vou citá-lo, mas o texto a seguir foi baseado no
pensamento dele.
Por que a moral é útil?
Deus criou tudo e, conforme ele mesmo disse, tudo que criou é bom.
Ele criou os anjos (incluindo Lúcifer), criou o mundo, criou vulcões
e etc.
Tudo isso, como coisa ou objeto, foi criado bom (não existe maldade
na matéria, se não há consciência).
Imagine um vulcão, ele tem uma função importante quanto a formação
da crosta terrestre e sua manutenção, além de ter sido um
importante auxiliar na formação de nossa atmosfera em tempos
imemoriais.
O vulcão é bom, correto?
Mas se ele explode e destrói casas habitadas ao seu redor.
Então se torna mau?
É evidente que não, pois um vulcão, com pessoas perto ou não,
continua sendo um vulcão e por isso faz aquilo que um vulcão faz:
explode. Assim, as pessoas que foram morar perto dele, o fizeram conscientes do que um vulcão é.
Logo, não há o mal nas explosões de um vulcão, afinal, ele não
explode de propósito, pois ele é apenas uma coisa e não alguém,
ele não possui consciência.
Tudo o que Deus criou é bom.
E o diabo?
Foi criado por Deus, correto? E foi criado bom também.
Lúcifer foi feito inteligente e poderoso, era um anjo, era bom, mas
decidiu corromper-se (livre-arbítrio).
Como um ser (sem levar em conta a consciência), Lúcifer continuou
sendo a mesma coisa, a matéria que o forma (seja ela qual for) não
mudou quando foi expulso do céu, o que mudou foi sua moral, sua
consciência.
Então, como um ser criado, levando em consideração apenas a
matéria com que ele foi feito, ele ainda é bom, mas moralmente
corrompido.
O diabo é bonzinho? É isso?
É óbvio que não.
O que quero dizer é que foi sua consciência quem mudou e não sua
matéria, quando foi expulso do céu. Ou seja, o mal é sempre fruto
de uma decisão consciente, nunca é por causa da matéria, não é
culpa do DNA.
Entendeu?
Veja bem, Hitler era humano, assim como eu, logo, nossa matéria era
igual, mas não nossa consciência. A matéria com que ele foi feito
e a minha não são más, pois são a mesma coisa. A diferença entre
nós está na consciência, ele tinha uma mente má, mas eu, graças
a Deus, não (pela graça de Jesus Cristo e a ação transformadora
do Espírito-Santo).
O mesmo vale para satanás. O mal dele está em sua consciência, em
sua mente e em seu coração. Seu caráter é que é maligno.
Se sua maldade fosse fruto de seu DNA, então ele seria inocente,
pois ele seria obrigado a ser mal, seria obrigado a seguir sua
natureza. Mas ele NUNCA foi obrigado a ser mal, pois foi criado bom.
Ele ESCOLHEU ser mal.
Assim sendo, o que existe é o mal moral, isto é, o mal fruto de uma
decisão, que leva a uma ação consciente e proposital.
O mal está na consciência e não na matéria.
Não existe moralidade ou “princípios” na natureza, por exemplo.
Então nela não existe o bem e o mal, mas apenas o acaso, pois não
há consciência. Na vivência humana, porém, existe o bem e o mal,
pois somos seres conscientes e responsáveis por nossas próprias
escolhas, decisões e consequências.
Mesmo em culturas diferentes, a moral e a ética são sempre
parecidas, sejam índios, esquimós, europeus, zulus, japoneses,
enfim... Todos vêem o assassinato como mal, a inveja e a mentira
também, por exemplo.
A ideia de bem e mal são princípios lógicos, simples assim.
As consequências das más decisões são sempre as mesmas,
independentemente de cultura, assim, o bem e o mal serão sempre os
mesmos para todos, basta um pouco de lógica para compreender bem o
que é causa e efeito.
Sem moral e ética não sobreviveríamos, pois nos destruiríamos.
Como dito acima, o bem e o mal são princípios lógicos e imutáveis.
O avanço que o cristianismo trouxe para a questão ética foi o
amor, pois quem ama não mata, não rouba, não destrói e etc.,
assim, como o apóstolo Paulo disse, torna-se desnecessária uma lei
escrita quando as pessoas se amam (Gl 5.14).
Entretanto, existe um agravante perigoso nessa questão, que é o
pecado.
Veja bem, o diabo não nasceu pecador, mas nós, sim.
Então temos o mal em nosso DNA?
Sim.
Então todo bandido é obrigado a ser bandido, sem esperança?
Não.
Nós temos a tendência a fazer o mal, mas não a obrigação de
fazê-lo (Gn 4.7).
Nós podemos escolher o bem, mesmo tendo o mal em nós, ao contrário
de satanás que escolheu o mal, mesmo tendo o bem nele.
Enquanto ele estava no céu, vivia sem tristeza, doenças, ódio,
pecado e etc, mas mesmo assim escolheu o mal, então a nossa escolha
pelo bem o condena. Por isso ele nos odeia.
Em outra ocasião poderemos nos aprofundar nesse assunto.
Mas se nascemos pecadores, isso significa que a nossa matéria (a
carne) é má?
Não, ela é imperfeita, fraca. Mas não tem poder para anular nossa
consciência, assim, o mal continua sendo um ato moral e livre.
Mas, porque a carne é fraca, então precisamos de freios, de um
referencial moral.
5. Por que a família é necessária?
A família é esse referencial moral.
Já ouvi falar em Homo ferus?
É quando uma pessoa é criada sem contato humano, como um animal.
O caso verídico de Victor de Aveyron é um bom exemplo.
O Homem precisa de contato humano para se comportar como humano, caso
isso não ocorra, será um animal como outro qualquer.
Lembra da fera que temos dentro de nós? Pois é, sem contato humano,
ela fica totalmente livre e se não houver o desenvolvimento de
consciência alguma, então seremos apenas uma fera e nada mais, um
animal.
A família nos ensina a controlar a fera que está dentro de nós, é
a família quem nos ensina os princípios morais e éticos que
precisamos saber para que nossa conduta seja diferente de um simples
animal. Aprendemos a ser civilizados dentro de casa.
É óbvio que a fera nunca morre, mas ela é controlada.
Por causa disso, obviamente, são as famílias que formam as
sociedades, logo, como disse Peter Kreeft, em seu livro Como Vencer a
Guerra Cultural: “os cidadãos de qualquer país não são
meramente indivíduos, são famílias. Os indivíduos não são os
blocos de construção das sociedades, as famílias o são.” (...)
O divórcio é, antes de tudo, a destruição da sociedade”.
6. Por que a cultura é necessária?
Ao longo da história, as famílias criaram as sociedades, assim, a
forma de ver o mundo que essas sociedades desenvolveram passou a ser
a sua cultura. A tendência natural do processo cultural é ser ético
(ninguém quer o caos). O inverso só ocorre se for intencionalmente
direcionado.
2º
Parte – Princípio básico sobre a Teoria Crítica
1. O Mundo como ele é versus o mundo como deveria ser
A Teoria Crítica tem como objetivo substituir o mundo como ele é
(realidade), pelo mundo como deveria ser (que é qualquer outra coisa
que eles inventarem).
Essa
Teoria foi criada por Max
Horkheimer
(14/02/1895
a 7/07/1973), marxista da Escola de Frankfurt, e introduzida através
de seu livro: Teoria Tradicional e Teoria Crítica, onde ele afirmou
que o mundo real existe, mas não deve ser aceito. Ou seja, tudo deve
ser criticado, inclusive a ciência e a própria ideia de realidade.
Quando se fala em criticar, não se refere apenas a ter uma opinião
diferente sobre as coisas, mas a mudar a visão do que é o Homem, ou
seja, reinventar a humanidade. E eles não estão brincando quando
falam em reinventar o Homem, o vídeo abaixo deixa bem claro o
nível de mudança que os ideólogos da Teoria Crítica almejam.
2. Estrutura e subestruturas da sociedade:
- Sociedade Ocidental;
- Instituições (universidades, Estado, polícia e etc.)
- Cultura do povo
- Religião e família
Conforme a lista acima, podemos ver, de forma bem básica, como é a
estrutura de nossa sociedade. Se a ideia é reinventar o Homem, então
essa estrutura tem que ser destruída.
Observe que a religião cristã e a família estão na base dessa
estrutura. Destruindo-as, todo o resto cai junto (essa questão é
muito bem explicada em outra publicação deste blog, intitulada O
Marxismo da Teoria Crítica, bem aqui.
O vídeo abaixo, do pastor Yago Martins, nos explica muito bem como a religião formou nossa sociedade.
3. Lei de Colson (a partir da lógica aristotélica de quadrado
das oposições, conforme bem explicado, por Peter Kreeft, em seu
livro Como Vencer a Guerra Cultural)
Vimos claramente, logo cima, a importância da consciência e como é
necessária para desenvolvermos a moral, como também para agirmos
como humanos.
E se acabassem com a consciência?
O Estado (governo) tem esse poder?
Sim, pois o controle do Estado é fundamental para que a Teoria
Crítica possa ser imposta sem resistência, principalmente em
relação à destruição da consciência (moralidade/ética).
O Estado, conforme a Lei de Colson:
a) Definição
1) Comunidade e Caos são opostos verticais do bem vs mal.
2) Polícia e Consciência são opostos horizontais, mas não estão
em conflito.
3) Comunidade e Caos são exércitos em guerra, enquanto que Polícia
e Consciência são armas ou estratégias, que ambos podem usar ou
anular.
4) Os opostos horizontais não se opõem, mas a necessidade de um
aumenta quando a demanda do outro diminui (ou seja, quando um diminui
o outro aumenta)
* Em
termos práticos, se em uma sociedade a consciência (moralidade/ética) diminui, então, para que o caos não se instale,
se faz necessário aumentar a força policial. Havendo consciência,
então diminui a necessidade de polícia.
b) Objetivos
1) Assim como o corpo físico, o corpo político (Estado e
sociedade) precisa de defesas contra o caos:
a. A lei positiva é o escudo externo imposto pela polícia;
b. A lei natural é a defesa interna, a lei moral, que não
foi feita pelo homem, mas descoberta por ele, que é imposta pela
consciência (Rm 2.14-15) e pela lei de Deus (Rm 13.10).
2) A defesa interna é feita pela liberdade, enquanto que a
externa é pela força.
3) A Lei de Colson ensina que na falta de “policiais
internos”, se faz necessária a presença de “policiais
externos”.
* Em
termos práticos, a lei natural refere-se à moralidade, que é
a defesa interna que me impede de virar um marginal, por
exemplo. Quando essa lei não funciona direito, então é necessária
a lei positiva, que é o escudo externo, ou seja, a
força policial, que impede a ação de marginais.
c) Consequências
1) Paradoxo da democracia: a liberdade tende a gerar a
permissividade, que produz consciências fracas.
a. A democracia (em um Estado regido pela consciência) só se firma
naturalmente se houver, por parte da sociedade, uma submissão
voluntária à consciência. Entretanto, essa liberdade de não ter
policiamento na democracia nos tenta a nos livrarmos da consciência
(a fera quer sair), logo, para haver liberdade deve haver
policiamento.
b. As únicas alternativas, quando há falta de consciência, são a
polícia ou o caos. Uma democracia que perde sua consciência se
tornará, necessariamente, um totalitarismo regido pelo caos.
2) Tipos de totalitarismos:
a. Duro, estado policial, como no livro 1984, de George
Orwell, que usou como referência a ditadura soviética.
b. Suave, como o que o PT estava implantando, onde a mídia é
mais forte do que os militares e a caneta mais forte do que a espada.
* Em termos práticos, vemos que se não há ação policial, a
liberdade é maior, assim, as pessoas são tentadas a descumprir a
lei, são tentadas a abandonar a consciência, logo, a polícia se
faz necessária para que a liberdade continue existindo. Entretanto,
se a consciência é completamente destruída, então temos uma
ditadura. Assim, as pedras fundamentais de uma democracia são
consciências, ou seja, uma forte consciência moral/ética.
O vídeo abaixo nos mostra o que uma ditadura sem consciência pode fazer. O número de mortos é impressionante.
4. Conclusão
a) A Lei de Colson prevê que a longevidade de uma comunidade
é proporcional a sua moralidade (consciência).
b) Para que essa consciência continue existindo, os santos
(servos de Deus) sempre entram nos cantos escuros para enfrentar o
pecado, a imoralidade. Essa intervenção gera ondas que fazem o lixo
subir e aparecer, expondo a podridão escondida da sociedade. Expõe
um lixo que não querem que apareça.
c) Por isso, estamos em uma guerra cultural, uma guerra pela
consciência do povo, onde as forças mais poderosas não são os
drogados ou bandidos nas ruas ou na política, mas são os formadores
de opinião (e de consciências) no cinema, na televisão, em toda a
mídia, e no nosso corrompido sistema de ensino. Essas são as mocas
de Belzebu zumbindo mentiras, distorcendo a realidade e moldando
mentes.
Christian Brito.
Próxima aula >>>
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