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sexta-feira, 3 de abril de 2020

A dor como professora





A adversidade na natureza

Dizem que na história da Terra houve várias catástrofes que resultaram em extinções em massa. Em cada grande extinção desse tipo, apenas as espécies mais capacitadas sobreviviam.

Em outras palavras, apenas os melhores genes eram passados a diante.

Existe um fator parecido com as grandes queimadas que ocorrem nas florestas. Em 2019 a queimada na Amazônia teve uma abordagem extremamente sensacionalista por parte da imprensa, mesmo sendo um evento que ocorre todo ano desde que a Amazônia existe. Com certeza vai ocorrer em 2020 também, mas a questão importante a ser observada aí é a finalidade da queimada: Ela fortalece a floresta.

Na África há regiões de grande seca em determinada época do ano, onde muitos animais morrem e somente os mais fortes e melhor adaptados sobrevivem e, por consequência, ocorre apenas a sobrevivência dos melhores genes, e são esses genes “selecionados” que garantem a manutenção e a sobrevivência dessas espécies.

O que quero dizer com isso?


A adversidade na vida do Homem

A adversidade faz parte da natureza, faz parte da vida e produz purificação e fortalecimento a quem sobrevive a ela.

Por que seria diferente conosco?

Veja um exemplo simples: A escola pra muitos foi (ou é) uma época difícil, nem sempre era fácil se relacionar com outras crianças/adolescentes, também sempre havia aqueles que tiravam sarro de nós, aqueles que diziam: “vou te pegar na saída!”, aquelas brincadeiras sem graça de dar cascudos e etc. Pra muitos, isso na verdade era até divertido, pra outros entretanto era o inferno na Terra. Eu venho de uma geração onde isso tudo era considerado normal e parte da vida estudantil. Briguei várias vezes na escola, apanhava, batia e a vida seguia seu rumo, minha mãe nem ligava (a mãe de ninguém ligava).

Pra muitos esse foi o primeiro contato com a adversidade, e como tal serviu para adquirir experiência de vida.

Por isso que as gerações de trinta e cinco anos de idade ou mais costumam ter uma postura mais firme e decidida diante da vida (não tem tanto nutella).

Crianças extremamente protegidas pelos pais, tornam-se, em via de regra, pessoas fracas e incapazes de lidar com as lutas da vida adulta. Não sabem lidar com a rejeição, com a perda, com a derrota, com o confronto e etc e, por consequência, são engolidos pelo “mundo”. São pessoas que, em sua maioria, inconscientemente, acreditam que o mundo é igual ao apartamento onde foram criados, um ambiente controlado, onde os pais têm solução pra tudo.

Os pais não tem esse poder e o mundo jamais será um ambiente controlado, razão pela qual muitos tiram a própria vida, pois não conseguem lidar com isso.

A adversidade faz parte da vida, simples assim.


Lei da selva

Sabe como é a vida de um leão macho selvagem?

É mais ou menos assim: a maior parte morre quando ainda é filhote e aquele que consegue sobreviver tem que aprender a caçar logo, pois antes de se tornar adulto, será expulso de seu bando pelo macho alfa. Após a expulsão, esse leãozinho vaga pela savana durante anos sozinho ou em grupos pequenos de outros leões machos jovens, sem território próprio e com a caça bem restrita, pois a melhor parte das caças ficam com os bandos. Quando finalmente está forte e confiante, então pode desafiar algum macho alfa para tomar seu bando pra si. Se tiver sorte, então finalmente terá um lugarzinho pra ficar e poderá passar seus genes para a próxima geração, pois conquistou esse direito. Mas se perder, então morre e é devorado pelo leão vencedor.

Vida difícil, né?

E se um leão adulto, grande e forte, porém domesticado, for jogado na selva, o que acontece com ele?

Morre em poucas semanas de fome e só. Ele não aprendeu a caçar, não aprendeu a lutar, não aprendeu a encarar a selva, nem sabe o que ela é.

A existência humana não é muito diferente disso, tem muito adulto forte e saudável, porém domesticado, que não sabe como encarar a vida e, por isso, é engolido por ela.

Não me refiro a ser uma pessoa selvagem, acredito que isso está óbvio, mas estou falando sobre estar preparado para a vida, e isso começa cedo. Sei que muitos papais e mamães vão discordar de mim, mas quando tiverem um filho adulto e problemático para cuidar, aí vão entender o que quero dizer, mas será tarde.

Muito bem, esta é a nossa caminhada na Terra, mas e Deus nessa história?

Veja bem, após uma vida difícil neste mundo, finalmente conhecemos o evangelho, então tudo muda?

Tudo fica mais fácil?

Sim e não.


Deus cuida de nós

Mateus 7.7-11: “7 Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. 8 Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á. 9 E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? 10 E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? 11 Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?

Deus ouve a nossa oração, Ele nos trata como filhos e cuida de nós como filhos mesmo. Deus não nega seu socorro a quem busca por Ele, pois o livramento sempre vem.

Mateus 6.31-34: “31 Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? 32 Porque todas estas coisas os gentios procuram. Decerto vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; 33 Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. 34 Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal”.

A Palavra de Deus nos incentiva a confiar nEle, a resistir à ansiedade, a não ceder ao desespero, a não sucumbir diante do medo, pois essas atitudes destroem a nossa fé, pois nos engana e nos obriga a pensar que Ele não tem poder para intervir, ou pior ainda, faz parecer que ele não tem palavra, que sua promessa é falsa.

Isso é perigoso.

Por isso o texto diz que basta a cada dia o seu mal, ou seja, pra hoje, basta o mal de hoje, amanhã é outro dia e Deus proverá, por isso não nos ocupamos com aquilo que ainda não aconteceu.

Gosto muito da frase que o cantor Juliano Son disse em um de seus CDs, ao falar sobre a paz de Deus: “A paz que vem da certeza de que tudo vai ficar bem”.

Isso é fé.

E é por isso que confiamos na Palavra, que diz em 1 Pedro 5.7: “Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós”.

Legal, né?

Lançar sobre Deus toda a nossa ansiedade.

Então nunca teremos dor, nunca haverá choro, será o paraíso na Terra, certo?

Errado.


Com Deus existem adversidades?

Deus criou o mundo e estabeleceu um padrão, que é o aperfeiçoamento através da adversidade, não tem como fugir disso. Vimos no início deste texto quando falamos sobre queimadas, sobre os leões e etc.

Isso significa então que Deus, em relação ao seu povo, abençoa em certas ocasiões, mas em outras não? Ou seja, em algumas ocasiões eles nos deixa na mão, apenas pra ver o que acontece, é isso?

Com certeza, não.

1 Coríntios 10.13: “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar”.

As adversidades, pra quem não é de Deus, no mundo, vêm sem controle algum, onde muitos sucumbem. Para nós, povo de Deus, a provação vem com um propósito, com uma finalidade e nunca é além de nossa resistência.

Veja bem, a adversidade serve para aperfeiçoamento e purificação, não é para destruição.

A adversidade está presente na natureza, na vida secular e também com o povo de Deus, a diferença é que para o “mundo” não há limites ou controle, onde muitos podem aprender com as experiências da vida, enquanto outros podem sucumbir com essas mesmas experiências. Para o povo de Deus, entretanto, essas adversidades não vem de forma aleatória, como numa roleta russa, elas são permitidas por Deus visando determinado objetivo. Essas adversidades vem com diversos livramentos ao longo delas, de modo a torná-las suportáveis, fazendo com que nosso desenvolvimento e amadurecimento seja garantido, sem que sejamos consumidos no processo.

Desse modo as promessas de Deus permanecem, Ele continua ouvindo nossas orações, continua rejeitando nossa ansiedade também, pois o cumprimento de suas promessas segue um tempo determinado, um momento certo para acontecer, mas sempre acontecem.

A Palavra de Deus jamais perde seu valor e sua eficácia.

Como exemplo de aprendizado e amadurecimento, temos a vida de José.

Veja o que seus irmãos fizeram com ele:

Gênesis 37.23-28: “23 Chegando José, seus irmãos lhe arrancaram a túnica longa, 24 agarraram-no e o jogaram no poço, que estava vazio e sem água. 25 Ao se assentarem para comer, viram ao longe uma caravana de ismaelitas que vinha de Gileade. Seus camelos estavam carregados de especiarias, bálsamo e mirra, que eles levavam para o Egito. 26 Judá disse então a seus irmãos: ‘Que ganharemos se matarmos o nosso irmão e escondermos o seu sangue? 27 Vamos vendê-lo aos ismaelitas. Não tocaremos nele, afinal é nosso irmão, é nosso próprio sangue’. E seus irmãos concordaram. 28 Quando os mercadores ismaelitas de Midiã se aproximaram, seus irmãos tiraram José do poço e o venderam por vinte peças de prata aos ismaelitas, que o levaram para o Egito”.

Depois de ser vendido como escravo pelos próprios irmãos, ele ainda acabou na cadeia de forma injusta, através de acusações falsas. Mas ao final de tudo, ele se tornou governador do Egito, o segundo homem mais poderoso no mundo conhecido daquela época.

Quando tudo terminou, José entendeu o propósito de Deus, pois ele disse o seguinte, em Gênesis 5.20: “Vocês planejaram o mal contra mim, mas Deus o tornou em bem, para que hoje fosse preservada a vida de muitos”.

Quando José era jovem, ele era mimado, arrogante e egoísta. Que tipo de governante ele teria se tornado, se não tivesse sido aperfeiçoado?


A provação produz o bem?

Tiago 1.2-4: “2 Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, 3 pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. 4 E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma”.

A provação da fé dá início a um processo que gera a perseverança, pois perseverança significa esperança persistente, que gera a capacidade de nunca desistir. Essa perseverança deve ter ação completa, ou seja, devemos persistir até o final, até alcançar o objetivo desejado por Deus. O resultado disso, como já foi dito acima, é para produzir amadurecimento e integridade.

No passado os pais trabalhavam e as mães ficavam com os filhos, então havia um relacionamento bem mais próximo das mães e seus filhos e uma ligação maior dos filhos com os pais através das mães. Muitas famílias de hoje, porém, não tem esse mesmo contato entre filhos e seus pais e menos intimidade também, pois o pai e a mãe trabalham e a criação dos filhos, em via de regra, fica por conta de terceiros. Isso mina a autoridade dos pais, que para compensar a ausência tentam satisfazer todos os desejos de seus filhos, criando “reizinhos” em seus castelos. Essas crianças não são disciplinadas ou ensinadas por seus pais e, por consequência, não são preparados para a vida adulta.

Deus é um pai no modelo antigo, tradicional, verdadeiro e por querer o bem de seu filho, então o disciplina.

Apenas bastardos não são corrigidos, pois não são seus filhos.

Veja aqui em Hebreus 12.5-8: “5 E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, E não desmaies quando por ele fores repreendido; 6 Porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho. 7 Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? 8 Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos”.

Temos um bom pai que não dá pedra quando pedimos pão e nem serpente quando pedimos peixe, e esse amor de pai é tão grande, que também nos disciplina e nos transforma em bons filhos, boas pessoas, bons cidadãos e nos prepara para a vida, uma vida abundante.

É isso.

Graça e paz.


Christian Brito.

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