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sábado, 9 de julho de 2011

A tônica da negação política está sobre a corrupção ou sobre benesses aparentes e provisórias?



Se por exemplo:

Um Governo é suspeito de corrupção e consegue arrancar mais impostos, vender mais os produtos da terra, se aproveitando de toda uma infraestrutura anteriormente montada com muito esforço, sem que jamais tenha participado dessa fase, esse Governo pode cair nas graças do povo ao mais velho estilo Malufista, ou seja:
maluf@mas.faz

Rouba mas faz!

Ou

O povo está atento pra discernir que certas manobras de cunho político servem apenas para encobrir o estado de corrupção.

Ou seja:

O Povo é maduro o suficiente para conseguir tirar o pó de arroz da bondade e descobrir o cerne da corrupção?

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Pergunta feita por Kéfren no sítio Yahoo!Respostas.

Resposta dada por Bill à pergunta de Kéfren.
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Olá, Kéfren!

O povo não tem capacidade de discernimento ou maturidade. Aqui no YR é possível ver isso, ninguém se interessa em política, por isso muitos querem que o voto deixe de ser obrigatório, usam até bons argumentos como liberdade e democracia, mas a verdade é que não querer votar NUNCA, que se dane a política.

Em uma eleição anterior, eu estava na fila pra votar, quando um sujeito acabou de votar, e na saída, perguntou para um cara atrás de mim em quem ele iria votar (esse sujeito atrás de mim já tinha sua própria colinha pra votar). Aí esse sujeito proselitista político entregou sua própria cola ao outro cara e disse que seus candidatos eram melhores. O cara atrás de mim aceitou numa boa a cola e nada disse. Quando o proselitista saiu, falei pra ele que o outro cara estava fazendo boca de urna e que era errado, aí ele me respondeu todo orgulhoso: "Tô nem aí, não! Não ligo pra essas coisas, voto em qualquer um".

Esse é o perfil de alguém que se beneficiaria caso o voto não fosse obrigatório, com certeza não votaria, afinal "não tá nem aí".

90% dos eleitores são assim.

Os outros 10% que se interessam em política são, em sua maioria, pessoas que adquiriram mais informação, tiveram acesso a ela, pois puderam "pagar" por ela, gente das castas ditas superiores.

Se apenas eles votassem, apenas pra eles seriam as promessas dos políticos. Como, então, seria nosso país? Já é um país elitista e desigual, dividido em castas. Liberando o voto, a miséria se espalharia sem a menor cerimônia ou disfarce.

A maior parte das promessas em campanha é dirigida aos pobres (maioria do eleitorado), poucas são cumpridas, mas ainda há alguma coisa. Se o voto for opcional, os pobres não votarão (são alienados). Então o que será deles?

Na época do império, os cargos públicos eram distribuídos apenas entre a nobreza, não havia magistrados de origem popular, por exemplo. Se o voto ficar em poder de apenas 10% do povo, estaremos ferrados.

Voto é poder.

Como o voto ainda é obrigatório, então a alienação do povo é o único método eficiente para garantir privilégios de castas ditas superiores. A maturidade do povo é um perigo.

Mas a internet, com o tempo, pode mudar isso, pois mesmo quem não se interessa em informação, mas é viciado em internet, querendo ou não, se esbarra em informação.

É possível que o povo aprenda a votar com o tempo, tenho essa esperança.

É isso.

Abraços,

Graça e paz.

Um comentário:

  1. Estou inteiramente de acordo e só espero que o tempo necessário para esse amadurecimento não seja por demais atrasado. Tenho confiança, também, num crescente progresso da empatia, do respeito mútuo e do altruísmo sincero e interessado, apenas, no bem comum. Porque afinal: Cidadania ≠ “jeitinho brasileiro”.

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